Uma das grandes promessas de 2020 no setor de Telecomunicações era a implementação do 5G. Infelizmente, a falta de regras e de uma data específica para o leilão do 5G fez com que a possibilidade do acesso à essa tecnologia se postergar, no Brasil.
O que é 5G?
5G é uma tecnologia de conexão, que poderá ser alocada nas seguintes frequências: 3,5 GHz, 28 GHz, 37 GHz, 39 GHz, 64 a 71 GHz, 70/80 GHz. A conexão é caracterizada pela alta qualidade, velocidade e estabilidade.
A tecnologia promete deixar o compartilhamento mais rápido, chamadas de vídeo mais estáveis, jogos online sem lag o download de arquivos super rápido. Um dos motivos é a redução da latência da rede. O tempo de envio e recebimento dos dados é quase simultâneo.
O 5G também traz uma melhor conexão em relação a quantidade de dispositivos conectados ao mesmo tempo. Por exemplo, aquele momento que todos da casa resolvem usar a internet simultaneamente. Parece que tudo fica travado. Agora, a conexão fluirá de forma que todos consigam utilizar de forma satisfatória.
Diferenças entre 4G e 5G
- Velocidade: a diferença mais notável entre as redes é a rapidez com que o 5G envia e recebe dados. Estima-se que a nova tecnologia, que conta com uma latência baixa, seja cerca de cem vezes melhor do que a atual.
- Internet das coisas: a tecnologia do 5G traz a possibilidade da IoT (Internet of Things) ou Internet das coisas. São dispositivos inteligentes conectados através da rede, exercendo funções, trocando informações entre si sem que haja uma intervenção humana. Isso favorece o desenvolvimento do conceito de Cidades Inteligentes, em que sistemas de iluminação e segurança estejam integrados, por exemplo.
- Integração na área da saúde: a capacidade do envio e recebimento de dados na conexão 5G faz com que cirurgias sejam feitas à distância. Com a rede ultrarrápida, de baixa latência, diversos procedimentos poderão ser feitos de maneira remota. Em alguns países como China e Espanha, cirurgias à distância, guiadas com imagem de alta qualidade já foram feitas.
Desafios para a transição
Existem dois principais desafios, que estão interligados, para uma transição para o 5G. A infraestrutura necessária para implementar esse tipo de tecnologia e os investimentos a serem feitos a fim de que a estrutura seja montada.
No caso da infraestrutura, a construção de uma rede de qualidade demanda uma quantidade grande de fibra, profissionais de qualidade e equipamentos para manter a tecnologia. Para isso, é necessário investir recursos monetários.
Em países grandes ou em desenvolvimento, tudo isso pode demorar. É mais esperado que algumas regiões – como grandes centros – recebam investimentos e a tecnologia antes do que muitas outras.
Esses desafios geram um outro problema a ser debatido, a desigualdade. Países, cidades ou até mesmo bairros mais ricos terão uma condição de conectividade melhor. Enquanto os mais pobres provavelmente demorarão a encontrar a tecnologia do 5G perto de suas casas.
A diferença também pode se relacionar com os dispositivos que aceitam a tecnologia. Nem todos os aparelhos são capazes de receber o tipo de sinal. Assim como quando houve a transição do 3G para o 4G, haverá uma parcela da população que não terá recursos para adquirir os equipamentos que aceitem a frequência do 5G. É uma espécie de elitização do consumo.
Contudo, o 5G não irá dizimar as demais tecnologias. Com a transição a ser feita aos poucos, os tipos de conexão apenas coexistirão.
Onde já é possível encontrar 5G?
Cerca de 109 países já lançaram ou estão em fase de testes para implementar o 5G. Dentre eles, Canadá, Alemanha, Suíça, Austrália, Noruega, EUA, China e Japão. São mais de 300 operadoras ao redor do mundo.
No Brasil, dificilmente veremos o sinal de 5G ainda em 2020. O “leilão 5G”, como é chamado ainda está para ser marcado. A Anatel ainda está fazendo um levantamento de dados pelo país para identificar quais serão as possibilidades da implementação da conexão.
Mesmo assim, algumas operadoras já estão realizando testes e é possível testar a conexão em pontos específicos. Além disso, um único aparelho a venda no país é compatível com o 5G, o Motorola Edge. A princípio, não há planos de telefonia que são específicos para o uso da conexão. Basta estar na localização com um aparelho compatível.
Locais que receberão a tecnologia e operadoras responsáveis:
São Paulo – SP
- Vivo: Av. Paulista, Vila Olímpia, Berrini.
- Claro: Av. Paulista e Jardins, em um primeiro momento, Depois, a intenção é implementar em Campo Belo, Vila Madalena, Pinheiros, Itaim, Moema, Brooklin, Vila Olimpia, Cerqueira César, Paraíso, Ibirapuera, Berrini, Santo Amaro, Central Única das Favelas, e Instituto Pró-Saber.
Rio de Janeiro – RJ
- Vivo: Copacabana, Ipanema e Leblon.
- Claro: Ipanema, Leblon, Lagoa e, futuramente, em toda a orla.
Belo Horizonte – MG
- Vivo: Savassi e Afonso Pena
Salvador – BA
- Vivo: Pituba e Itaigara
Goiânia – GO
- Vivo: Centro
Curitiba – PR
- Vivo: Centro Cívico/Alto da Glória e Batel/Água Verde
Porto Alegre – RS
- Vivo: Moinhos de Vento, Av. Carlos Gomes e Shopping Iguatemi.
Além destas, a TIM também está investindo testes de conexão, inicialmente, em algumas cidades. São elas: Florianópolis – SC, Campina Grande – PB, e Santa Rita do Sapucaí. A operadora não está testando apenas como rede de internet, mas as demais aplicações da 5G, focando em soluções para o desenvolvimento de Cidades Inteligentes.
5G DDS
Apesar dos testes, o 5G atual não é o definitivo. Ele está sendo chamado de 5G DDS, sigla que refere-se a Dynamic Spectrum Sharing, em tradução: Compartilhamento Dinâmico de Espectro.
O nome é porque a frequência do 5G ainda não foi leiloada para as operadoras. Assim, dividindo o espectro da frequência com outros tipos de conexão, tipo 4G.
O “leilão 5G”
O chamado “leilão 5G” é uma venda das faixas de frequência para o 5G, do governo para companhias de telecomunicação. Ainda não há data definida. Mas não tem data se é uma transição que vem para melhorar tanto a conexão quanto as cidades?
O leilão estava marcado para março de 2020. Contudo, notou-se um conflito entre frequências que o 5G opera e o sinal de TV aberta. A expectativa, agora, é para o primeiro trimestre de 2021.
A Anatel está em constante trabalho com especialistas, fabricantes de equipamentos, e empresas que fornecem serviços de telecomunicações. Tudo para encontrar a melhor solução para as organizações e clientes.
A Agência também está mapeando o território nacional para identificar municípios que têm backhaul de fibra. Isso é uma medida para evitar que grandes operadoras façam investimentos em locais que são de domínio de provedores regionais.
Quando o mapeamento for feito e soluções para a transposição de sinais debatidas, haverá o leilão. As faixas que são compatíveis com a tecnologia 5G e estarão disponíveis para lance são:
- 700 MHz – lote de 10 MHz + 10 MHz de abrangência nacional.
- 3,5 GHz – dois blocos de 100 MHz e um de 80 MHz nacionais; dois blocos de 60 MHz regionalizados, um deles exclusivo para PPP.
- 2,3 GHz – um bloco de 50 MHz e um bloco de 40 MHz regionalizados.
- 26 GHz – cinco blocos de 400 MHz nacionais e três regionais.
Caso não haja vencedores ou interessados na primeira rodada, os lotes de cada frequência serão divididos em blocos menores.
E aí, como está a expectativa para a transição dessa tecnologia? Escreve aqui nos comentários o que você espera do 5G.